segunda-feira, 22 de novembro de 2010

“é quando ele sai de mim que me começo a preocupar. recuperamos o fôlego e um dos dois começa a falar, é sempre irrelevante mas importante de perguntar, estilo como foi o dia ou como estão a ser as aulas. conversas que deviam ter tido lugar antes mas a pressa não deixou.
com o tempo, o êxtase parece cada vez mais distante e aterro, ou se calhar aterramos os dois, nunca vou saber. enrolamo-nos um no outro, hábito que ganhámos e que se deixássemos teria um significado tremendo que ninguém quer. ainda me parece o homem mais bonito do mundo, o melhor, o maior. volto a olhar e já não sei quem é, um qualquer com quem amarrotei os lençóis, mas a quem não conheço as expressões. é um ciclo vicioso, devo estar a fazer uma cara de medo porque ele reage, faz uma careta que eu não sei do que é, se de preocupação, frustração, ou se calhar de amor.
já não sei nada e tenho frio em todo o corpo. levanto-me da cama, as mãos dele vêm atrás, procurando. toca-me num lugar familiar e já saberia quem ele é outra vez, se não o olhasse na cara para perguntar, queres comer alguma coisa. o estranho com quem nada se passou não responde, faz que não com a cabeça. a minha também faz, sem saber a que responde.”

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito! :)

Diogo Moreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel :p disse...

Muito pornográfico